A ansiedade de separação em cães é mais comum do que se imagina, porém, muitos tutores não conseguem identificar esse problema em seu pet ou não sabe como resolver. A ansiedade de separação é um distúrbio comportamental que o cachorro desenvolve em não conseguir ficar sem a presença do tutor ou de outros integrantes da casa e quando se vê sozinho entra em desespero e sofrimento.
Cães são muito sociáveis, mas precisam ser ensinados a terem um tempo só para eles e atividades interativas que trabalhem o cognitivo deles e supram essa dependência emocional de seus humanos.
A Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS) é caracterizada por uma série isolada ou associada de respostas fisiológicas e comportamentais que os gatos e cães podem apresentar no momento em que o tutor ou o objeto de apego se ausenta (MACHADO e ANNA; 2017).
O que causa a ansiedade de separação?
A ansiedade de separação ocorre porque cães e gatos são animais sociáveis e criam vínculos emocionais que podem ser muito profundos com seus tutores. Alguns estudos sugerem que o hiper apego ao tutor ou a um objeto de apego é uma condição necessária para o surgimento da ansiedade de separação (APPLEBY e PLUIJMAKERS; 2003).
Um estudo identificou que os cães que vivem em lares que possuem apenas um ser humano possuem cerca de 2,5 vezes mais chances de desenvolver a ansiedade de separação em comparação aos animais que vivem em lares com mais pessoas (FLANNIGAN e DODMAN; 2001).
Porém, não há uma causa única para a síndrome. Muitos estudos concluíram que as causas ainda não foram completamente elucidadas. Sabe-se que o transtorno de ansiedade de separação está associado às situações de estresse, ansiedade e angústia nesses animais, como, por exemplo (OGATA; 2016):
- Traumas causados por abandono e negligência.
- Alterações bruscas no território e na rotina.
- Solidão do animal em um local desconhecido por ele.
- Isolamento do animal em algum cômodo, caixa transporte ou gaiola por longo período.
- Ausência prolongada do tutor.
- Alterações na alimentação.
- E outros
Sintomas de ansiedade de separação
Os sintomas comuns incluem latidos em excesso ou uivos persistentes, destruição de objetos, comportamentos autodestrutivos, lambedura em excesso nas patas, seguir o tutor o tempo inteiro ao longo do dia, agitação estrema quando o tutor chega em casa ou até mesmo ausência de apetite. Além disso, os cães com ansiedade de separação podem apresentar sinais físicos de estresse, como salivação excessiva, tremores e micção ou defecação fora do local apropriado.
Perigos da ansiedade de separação
A saúde emocional do pet está ligada diretamente à saúde física do animal. Ressalta a veterinária Mariana Paraventi em uma matéria para o site Terra que, “o estresse ou ansiedade causam aumento de cortisol e liberação de adrenalina, que podem estar associados à diminuição da imunidade, taquicardia, aumento da pressão arterial e alterações gastrointestinais”.
Por isso é fundamental identificar o problema no animal e começar os treinamentos adequados para melhorar a qualidade de vida do animal.
Como evitar a ansiedade de separação ou até mesmo sanar o problema já existente?
Além de uma ajuda profissional de um adestrador veja as estratégias que você pode desenvolver dentro de sua casa:
Quando chegar e/ou sair de casa aja naturalmente
Ao falar com nosso pet ou até mesmo nos despedirmos dele ao sair de casa, ele certamente não entenderá suas palavras, mas sim seus gestos, emoções e logo em seguida não terá mais sua presença, isso pode fazer com que ele tenha a ansiedade ou até mesmo potencializar se já existente.
Rotina de passeio diário
O passeio além de trabalhar o condicionamento físico do pet, ele trabalha o cognitivo. Cães que saem para farejar odores externos estão trabalhando seu cognitivo e cansam muito fazendo isso, desbravando odores de outros animais, fazendo com que chegue em casa e queiram descansar ao invés de destruir as coisas ou seguir o tutor o tempo inteiro.
Oferecer atividades interativas
Cães, assim como crianças, precisam ocupar sua cabeça com atividades que enriqueça sua rotina e trabalhe sua criatividade. Jogar uma bolinha e deixá-la o dia todo disponível ao pet não fará com que ele tenha ocupação mental e logo enjoará do brinquedo.
Deixar brinquedos de enriquecimento ambiental ao sair de casa
Enriquecimento ambiental é você proporcionar ao seu pet atividades parecidas com que ele encontraria em seu ambiente natural.
Há técnicas importantes e eficientes que contribuem para o atendimento das necessidades psicológicas e etológicas dos animais de diversas espécies, minimizando o estresse, a ansiedade e aumentando o bem-estar e a qualidade de vida (SAMPAIO et al.; 2019).
Por exemplo, oferecer a comida ao seu pet no comedouro não irá despertar nele seu instinto de caça, diferente se oferecer em uma pet ball onde o pet vai correndo atrás da bolinha em movimento e caindo os grãos de ração para ele.
Não agredir ou maltratar o animal
Muitos tutores ficam nervosos por seus cães não entenderem o que eles dizem e acabam brigando, porém, o pet entende a expressão corporal e sentem se confusos, pois não sabem o motivo que estão brigando com eles, causando mais estresse e ansiedade nesse animal.